A Espanha é a 9ª potência económica mundial e é o segundo maior país da União Europeia, mas é também uma potência militar, cultural e desportiva, pelo que a grave crise que está a atravessar não pode ser apreciada da mesma maneira que as crises que atormentam os países médios como são a Grécia, Portugal ou a Irlanda. A economia espanhola entrou em recessão e o desemprego já atingiu 24,4%, o que significa que mais de 5 milhões e meio de pessoas estão sem trabalho, ao mesmo tempo que o desemprego jovem atinge os 52%. A austeridade é severa e a crise social já tem algumas características incontroláveis. O sector financeiro espanhol também passa por grandes dificuldades e a pressão dos mercados é intensa. Os juros da sua dívida têm disparado. O Estado interveio em vários bancos, um dos quais – o Bankia – acaba de pedir ao Estado uma ajuda pública de 19 mil milhões de euros para o saneamento das suas contas. Mas os problemas também afectam seriamente as autonomias regionais e algumas estarão próximo da insolvência. A Catalunha tem uma dívida de 13 mil milhões de euros para pagar este ano e decidiu pedir ajuda ao governo espanhol. São números que, vistos deste lado da fronteira, assustam. Segundo alguns analistas, a Espanha ainda não está sob resgate financeiro nem sob o controlo da
troika, mas já existe de facto uma intervenção encoberta por parte da União Europeia, que não é publicitada pelos efeitos alarmistas e desastrosos que poderiam induzir na economia espanhola, na moeda única e no sistema financeiro internacional. E nós e os nossos problemas, aqui na costa oeste da Península Ibérica, pouco podemos fazer à margem da solução do processo espanhol.
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