O jornal i anuncia hoje que o CDS põe em causa o resultado do programa da troika e diz também que a receita falhou e que o défice já vai em 7,9%, ilustrando estas notícias com um mapa de Portugal a afundar-se, como se fosse um Titanic. Não creio que a situação seja assim tão má em termos de flutuabilidade do país, mas também penso que as coisas não estão a correr bem e, muito menos, a merecer os auto-elogios governamentais que se ouvem com frequência. Sabemos que o caso vem de longe, de há muitos anos, e é difícil, mas a solução não está nos boys e nos seus assessores que tomaram conta da loja. Inexperientes. Ignorantes. Incompetentes. Ausentes do país real. Vaidosos. Sedentos por viagens.
Os números falam por si e são desconsoladores, no que respeita ao défice orçamental, à dívida (sobretudo das empresas e dos particulares) e ao desemprego, mas também quanto à emigração para o estrangeiro, à falta de investimento, às ameaças à coesão social, à tristeza nacional que nos domina e à desorientação geral que nos governa.
Pelas ruas das nossas cidades nós vemos as lojas vazias e o pequeno comércio a fechar, muita gente a mendigar ou a oferecer os seus serviços ocasionais, muitos a viverem de expedientes e muitos outros a temerem pelo seu posto de trabalho. Vemos um novo tipo de pobreza e adivinhamos que há fome naqueles que, nos caixotes do lixo, procuram qualquer coisa com que se alimentar. E há o contraste com o exibicionismo das comitivas oficiais e dos seus carros de luxo, a começar pelo VCE. E há os salários e as pensões milionárias em que ninguém toca. Jardim Gonçalves é apenas um obsceno exemplo, mas há muitos mais. O povo começa a reagir. Em Castelo Branco. Na Covilhã. Esta receita, teimosa e cega, de uma austeridade que bate sempre nos mesmos, falhou como afirma o jornal i.
Mudem de rumo e depressa!
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