O Jornal de Negócios noticiou ontem que a maior burla de sempre na banca do Irão foi julgada por um tribunal que ditou a condenação à morte de quatro pessoas, a prisão perpétua para mais duas e várias condenações com penas de prisão até 25 anos, por envolvimento numa fraude de 2,6 mil milhões de dólares (2,1 mil milhões de euros). A fraude foi conhecida em Setembro do ano passado, a justiça funcionou e em poucos meses ditou a sua sentença. Nos Estados Unidos também se têm verificado condenações por infracções bancárias e a mais simbólica foi a de Bernard Madoff, o autor de uma fraude de 65 mil milhões de dólares (cerca de 45 mil milhões de euros), que já está a cumprir uma pena de 150 anos de prisão.
A ganância financeira e as práticas fraudulentas que lhe estão associadas, também existem na Europa, um pouco por toda a parte, estando ultimamente em destaque o que se passa nas bancas espanhola e inglesa. As notícias de falências, fraudes, burlas, lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito de gestores são frequentes, embora as notícias relativas à criminalização dos seus responsáveis sejam mais raras.
Portugal não está à margem dessa realidade. Porém, havendo quem avalie a fraude do BPN - a fraude do século - em quase 10 mil milhões de euros, parece que a punição dos responsáveis tende a ser esquecida. Já são passados muitos meses e eles continuam a passear-se e, despudoradamente, a exibir os frutos da sua vigarice e das suas burlas. Tornaram-se ricos e poderosos, mas não passam de uns burlões encartados. Todos sabem quem são e por onde andam. Alguns continuam encostados à política e até estão bem colocados no Estado e fora dele, como se nada se tivesse passado.
A justiça não acelera o seu trabalho e a imprensa parece ter-se esquecido do “maior escândalo financeiro da história de Portugal” mas, em nome da nossa dignidade, não podemos esquecer os burlões do BPN.
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