Realizaram-se ontem as eleições regionais na Região Autónoma dos Açores e o Açoriano Oriental – o jornal fundado em 1835 e que é o mais antigo jornal português - apresenta os resultados e, em primeira página, destaca que “açorianos dão maioria saborosa ao PS”. De facto, o Partido Socialista renovou a sua maioria absoluta ao conseguir eleger 31 deputados dos 57 mandatos regionais e ao vencer em oito das nove ilhas. Vasco Cordeiro sucede a Carlos César no Palácio de Sant’Ana e vai completar um ciclo de 20 anos de governação, exactamente o mesmo período em que o PSD governou o arquipélago a partir de 1976.
No seu discurso de vitória, o futuro presidente do governo regional reafirmou que vai enfrentar os desafios que os Açores têm pela frente “sem deixar ninguém para trás” e destacou “que os desafios são a criação de emprego, o apoio às famílias e empresas, a defesa dos idosos e a ajuda aos sectores mais fragilizados, mantendo esse grande activo que é a gestão rigorosa e equilibrada das finanças públicas”. Afirmou, ainda, que “todos são bem-vindos nesta tarefa que agora lideramos de levar os Açores para a frente”.
É um discurso mobilizador e de esperança, com uma marcada vertente social e de convergência política, que se distingue do palavreado vazio, do sectarismo, da arrogância e do discurso socialmente insensível do governo de Lisboa, sempre obediente às directivas da troika. Seria muito bom que o anticiclone dos Açores gerasse um vento que empurrasse essa sensibilidade social para o rectângulo, onde as pessoas são cada vez mais tratadas como unidades fiscais.
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