Uma das faces mais visíveis da recessão económica que está a afectar a Europa é a situação do mercado automóvel. A imprensa espanhola e francesa destacam hoje essa realidade na perspectiva do consumo e na perspectiva da produção, com títulos como “pinchazo histórico en las ventas de coches” ou “automobile: éviter la panne” ou, ainda, “la double crise de l’automobile française”.
Em Espanha (699.589 carros vendidos) não se vendiam tão poucos automóveis desde 1989 e a quebra de vendas em 2012 foi de 13,4% relativamente a 2011; em França (1.899 mil carros vendidos) desde 1997 que as vendas de automóveis não eram tão baixas, tendo havido uma quebra de 13,9%. Em Portugal (95.290 carros vendidos) os números são semelhantes, mas mais graves, pois a quebra foi de 37,9% e há 27 anos que não se vendiam tão poucos automóveis!
Apesar da quebra geral no consumo, verifica-se que as marcas alemãs BMW, Mercedes e Audi, são as que menos perdem nos três países do sudoeste da Europa. Em Portugal essas três marcas venderam 17.864 unidades, isto é, tiveram uma quota de mercado de quase 20%. É impressionante. Assim, ficam evidenciadas duas coisas: que a crise toca a todos mas de maneira diferenciada e que o gosto pelos carros topo de gama não é só português.
Estes números são o reflexo das políticas de austeridade e da crise do consumo que se espera sejam ocasionais, mas também são uma preocupação para o sector da produção e para o emprego, sobretudo em França, até porque se anuncia que no ano de 2013 a China produzirá mais automóveis do que toda a Europa. Ora aqui está mais um bom tema de reflexão.
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