Depois do êxito que teve em França, onde em seis semanas registou mais
de um milhão de espectadores, o filme A Gaiola Dourada ou La
cage dorée (na sua versão original), foi estreado em Portugal. Realizado
por Ruben Alves, um jovem realizador luso-descendente, o filme conta com
leveza, alegria e humor, a história de um casal de emigrantes portugueses
em França. A mulher é porteira e o marido é trabalhador da construção civil, sendo
esses protagonistas interpretados por Rita Blanco e Joaquim de Almeida. São a
Família Ribeiro.
Ora, nós temos vivido por aqui um tempo de incerteza e de grande preocupação, com os cortes nos salários e nas pensões, com o desemprego e o
aumento da pobreza, com o aumento enorme de impostos e com o descrédito, a
mentira e a falta de pudor de quem nos governa. Ora nós temos aguentado tudo
isto, desde há dois anos, suportando gente que nos prometeu facilidades e que tanto
criticou os outros, mas que tem revelado incompetência e amadorismo e não vemos
maneira de sair disto. Há mais insegurança nas ruas, há menos confiança no
amanhã, há cada vez maior risco de ruptura social, há uma crescente degradação
do espaço público, há uma contínua ameaça governamental ao Estado social e ao
nosso modelo de vida, sem qualquer consideração por quem trabalhou. Andamos
preocupados e tristes. Sem esperança e sem vontade de rir.
Então, se há um filme que nos diverte, que nos faz rir e até nos
comove, não hesitemos em vê-lo, até porque todos temos dentro de nós um pouco
(ou muito) da Família Ribeiro. É bem divertido!
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