Após mais de uma
dezena de anos de tensão à volta do programa nuclear iraniano, as negociações
entre o Irão e o grupo 5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e
Alemanha) foram concluidas com sucesso. O acordo foi alcançado em Viena após 21
meses de difíceis negociações e no 18º dia da última etapa de conversações.
Segundo foi divulgado, o acordo limita num longo prazo a capacidade iraniana
para produzir armas nucleares e não se baseia na confiança entre as partes, mas
sobretudo no facto do Irão aceitar inspecções periódicas às suas instalações
militares. O acordo implica o levantamento imediato de muitas sanções impostas
pelos Estados Unidos, pela União Europeia e pelo Conselho de Segurança das
Nações Unidas.
Os presidentes
Barack Obama e Hassan Rouhani manifestaram a sua satisfação pelo acordo e a sua
esperança numa relação renovada entre os dois países. A imprensa internacional
destacou esta notícia com euforia, embora o acordo tenha provocado fartos
protestos, por diferentes razões, nos dois maiores adversários regionais do
Irão, respectivamente Israel e a Arábia Saudita. Durante anos a suspeita e a
desconfiança dominaram a relação do Irão com algumas grandes potências e destas
com o Irão, tendo sido traçados cenários para um ataque contra as instalações
militares do Irão. Chegou-se mesmo a imaginar a aviação israelita a actuar como
testa de ferro do poder americano ou uma grande batalha naval no golfo Pérsico mas, por agora, a diplomacia acabou por vencer. Seria
excelente que esta diplomacia tão dinâmica e tão eficaz se estendesse na região
e levasse rapidamente a paz à Síria, ao Iraque e ao Iémen.
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