O governo de
Macau, ou com mais rigor, o governo da Região Administrativa Especial de Macau,
dirigido desde 2009 por Fernando Chui Sai On, anunciou que a partir do ano lectivo
que agora se inicia, a língua portuguesa passa a ser um “projecto com
prioridade de apoio”, nos termos enunciados no Plano Quinquenal que agora foi
divulgado. Assim, deverá ser definido um número mínimo de horas para a aprendizagem,
quer nas escolas particulares, quer no ensino regular, de forma a assegurar
rapidamente uma “maior generalização da língua portuguesa”. Nesse sentido, as
autoridades de Macau pretendem alargar a cooperação com Portugal e criar condições
para que os estudantes macaenses possam prosseguir estudos superiores em
Portugal, o que também significa a necessidade de aumentar o número de bolsas
especiais do Fundo de Acção Social Escolar para apoiar os estudantes dos cursos
de português e de tradução de chinês e português. A notícia é do jornal Tribuna de Macau e, naturalmente, agrada aos defensores da língua portuguesa.
Porém, o apoio à
aprendizagem de línguas não se restringe ao português, pois o Plano Quinquenal
aponta para que os estudantes macaenses falem quatro línguas e escrevam três –
português, inglês e mandarim.
Decorridos quase
cinco séculos de contactos e de presença na península de Macau, a língua
portuguesa nunca se impôs como língua franca e, como se costuma dizer, “ninguém
fala português em Macau”. Pode ser que esta política do governo de Macau
melhore uma situação que as autoridades portuguesas que administraram o território
até 1999, nunca quiseram ou puderam resolver.
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