Toda a imprensa
colombiana destaca hoje a vitória do ciclista Nairo Quintana na Vuelta 2016,
dedicando-lhe as suas primeiras páginas e publicando a sua fotografia a seis
colunas, ora a pedalar nas montanhas espanholas, ora a exibir o troféu
conquistado. É o novo herói nacional da Colômbia! Os títulos escolhidos pela imprensa colombiana são muitos
semelhantes: Nairo Rey de España, Orgullo colombiano, Nairo conquistó España, Nairo qué orgullo, Baño de gloria,
etc.
Não é habitual
tanta uniformidade jornalística em torno de um acontecimento ou de uma figura
popular, sobretudo num país muito diverso e multicultural que tem em mãos o
complexo processo de desmobilização das FARC, mas talvez seja por isso que o
feito desportivo de Quintana está a ser aproveitado para estimular sentimentos
de unidade nacional que andaram perdidos durante muitos anos sob o efeito do
narcotráfico e da guerrilha. Um país que tem quase cinquenta milhões de
habitantes e que, depois do Brasil, é o mais populoso país da América do Sul, precisa
de símbolos nacionais inequívocos, como até agora tem sido Gabriel Garcia
Márquez, o Prémio Nóbel da Literatura de 1982. Embora num outro plano de notoriedade e
de popularidade, o ciclista Nairo Quintana e a sua vitória em Espanha
beneficiaram naturalmente de uma excelente cobertura televisiva, que deu a
conhecer ao mundo o seu desempenho atlético e a sua inequívoca vitória sobre o
britânico Chris Froome. A Colômbia acompanhou e está orgulhosa do seu ciclista.
Depois do fim da
guerra com as FARC, o Presidente Juan Manuel dos Santos teve agora um prémio
merecido que o ajuda a cimentar a paz e a unidade nacional que persegue e de que a Colômbia precisa.
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