Já decorreram
quase 60 anos sobre a invasão indiana do Estado Português da Índia, mas os
traços da memória cultural portuguesa persistem nesses territórios, não só na língua
e no património construído, mas também em muitas práticas culturais.
A homenagem agora
feita em Goa a Amália Rodrigues, vinte anos depois da sua morte, revela que a
memória da cultura portuguesa sobrevive em Goa e que até mostra um grande dinamismo, pois trata-se de uma
iniciativa da própria sociedade civil goesa. Um grupo de músicos goeses decidiu
criar o grupo Fado de Goa, que se apresentou
hoje na cidade de Pangim e que também se vai apresentar na cidade de Margão, num
espectáculo de homenagem em que participam diversos fadistas goeses,
curiosamente tratados como “students of Fado de Goa”, embora a figura principal
seja Sonia Shirsat, uma fadista goesa que já actuou em Portugal e em diversos
países onde está presente a diáspora goesa.
Amália Rodrigues
esteve uma única vez em Goa em 1992, quando foi convidada pela Fundação Oriente
para se apresentar a um público que apenas conhecia a sua voz a partir dos
discos e que então vibrou intensamente com a apresentação da rainha do fado e,
ao mesmo tempo, com a voz de Portugal no mundo.
O cartaz que divulga
“a tribute to the Queen of Fado” fala por si mesmo: a cultura portuguesa em Goa
continua viva.
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