O dia 16 de Julho é, para os espanhóis, o Dia de Nuestra Señora del Carmen, padroeira das
gentes do mar, isto é, da Armada, da Marinha Mercante e das Marinhas de Pesca,
Desportiva e Científica. É um dia de grande devoção das comunidades e das
corporações marítimas, conforme se observa através da alargada cobertura que a imprensa
espanhola e, em especial, aquela que se publica nas comunidades autónomas mais
ligadas ao mar, dedicam a esta festividade.
A devoção das gentes do mar à Virgen del Carmen tem raízes históricas que remontam ao século XVI,
mas a veneração e a prática devota evoluíram de forma diversa nas diferentes
comunidades espanholas, embora tenham como pontos comuns as verbenas ou festas populares laicas, as
procissões marítimas e os hinos de homenagem à Virgen marinera ou à Estrella
de los mares.
Depois de terem estado suspensas durante três anos por causa
da pandemia, as festividades regressaram com forte aposta nas procissões
marítimas de devoção à Virgen marinera
para abençoar as águas do mar, tendo havido comunidades que as promoveram
depois de muitos anos de interregno. São essas procissões marítimas que dão um
carácter de tradição popular às festividades em honra da Virgen del Carmen, que este ano foram realizadas em muitas
localidades, designadamente nas Astúrias, Cantábria, Galiza, Andaluzia, Canárias
e em Ceuta.
A Armada espanhola veio a proclamar a Virgen del Carmen como a sua padroeira
em 1901, oficializando uma tradição que já tinha profundas raízes populares,
tendo adoptado como seu hino a Salve
marinera:
Salve! Estrella de los mares, de los mares iris, de eterna ventura.
Como sabemos, algumas comunidades marítimas portuguesas também cumprem as suas devoções em procissões marítimas, desde Viana do Castelo aos Açores.
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