O futebol é uma paixão, mas também é um negócio que movimenta muito dinheiro, através de transferências milionárias de jogadores e de treinadores. O tradicional “amor à camisola” perdeu-se e o mundo do futebol está cada vez mais dependente de engenharias financeiras e de interesses obscuros, que por vezes encobrem certo tipo de práticas criminosas, como a lavagem de dinheiro e a fraude fiscal.
Entretanto, a crise parece ter chegado a todo o lado, menos ao futebol. Em finais de 2010 o Jornal de Notícias anunciou que os clubes que integram as Ligas Profissionais de Futebol portuguesas tinham 816 milhões de euros de passivo e que os campeões da dívida eram o Benfica (398,8 milhões), o Sporting (172 milhões) e o F. C. Porto (157,5 milhões) que, em conjunto, representavam cerca de 90% da totalidade das dívidas dos clubes portugueses.
Entretanto, só nesses três clubes de futebol, os recentes negócios relativos às transferências de jogadores valeram 90 milhões de euros e, ao aeroporto de Lisboa, continuam a chegar os Enzo Pérez, os Garay, os Kléber e os Bojinov, além dos Nolitos, dos Iturbes e dos Witsel.
Com os tempos difíceis que se aproximam, prevê-se menos público nos estádios, menos merchandising, menos direitos televisivos e maiores dificuldades de crédito bancário para solucionar os crónicos défices de tesouraria, o que parece antecipar muitos problemas.
É neste quadro que, para os seus estágios, o Benfica escolheu a Suiça, o F.C. Porto a Alemanha e o Sporting a Holanda.
O futebol é realmente um espectáculo extraordinário, mas o mundo do futebol é muito estranho!
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