A quase centenária revista britânica New Statesman que é publicada semanalmente em Londres, tem um conteúdo essencialmente político. Na sua última edição trata da situação europeia e nela se destaca, em especial, um artigo de Mehdi Hasan intitulado “Angela Merkel’s mania for austerity is destroying Europe”. Há duas semanas atrás, também The Economist dizia mais ou menos a mesma coisa e, perante a ameaça de uma recessão mundial, pedia: Start the engines, Angela!
O artigo de Medhi Hasan começa por perguntar qual o líder mundial que mais ameaça a ordem e a prosperidade globais? O presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad? Errado. O primeiro ministro de Israel Binyamin Netanyahu? Errado. O líder norte-coreano Kim Jong-un? Outra vez errado. E surpreendentemente, o autor do artigo responde: é uma fã de ópera, bem educada e antiga farmacêutica que está à frente da Alemanha há sete anos, cuja solução para a crise financeira da Europa - ou a falta dela - pôs a Europa, e talvez o mundo, à beira de uma segunda Grande Depressão. E o artigo acrescenta: “Merkel is the most dangerous German leader since Hitler”, porque está a destruir o processo de reabilitação da reputação alemã que os seus oito antecessores, desde Konrad Adenauer a Gerhard Schröder, tinham lentamente recuperado. Com o desemprego jovem a atingir os 50 por cento no sul da Europa, com o aumento da tensão social, da contestação nas ruas e dos motins, com a extrema direita europeia a atrair novos adeptos entre os desempregados e os desesperados, a situação social resultante das políticas de austeridade é cada dia mais complexa. E o artigo termina com uma óbvia conclusão: "Merkel is destroying the European project, pauperising Germany ’s neighbours and risking a new global depression. She must be stopped" . Muito inquietante, indeed! Bom seria que este artigo fosse lido pelos boys que nos dirigem e que tanto gostam das orientações de Frankfurt e de Berlim.
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