Na sua edição de hoje, o Correio da Manhã denuncia que foi atribuída a um gestor do BPN uma pensão milionária de cinco mil euros líquidos mensais, além de receber uma indemnização de 178.655 euros e de ficar com o Mercedes que lhe estava atribuído. Em tempo de grande austeridade e quando se esperaria que fossem julgados e responsabilizados os gestores do BPN, esta notícia é uma afronta para a generalidade da população e evidencia que vivemos numa sociedade cada vez mais desigual e mais injusta, com a inquietação a generalizar-se e a ameaça de uma grande turbulência a aparecer no nosso horizonte. As chamadas pensões milionárias que foram ou estão a ser atribuídas num contexto de uma prosperidade económica que se esgotou, têm que ser rapidamente analisadas à luz de uma nova legislação que fixe um tecto máximo, justo e digno, proporcional ao contributo social de cada um, mas que seja moderado face à realidade nacional. Não é aceitável que os bancos e outras empresas, prósperas ou falidas, paguem chorudas indemnizações e pensões de dezenas ou mesmo centenas de milhares de euros a quem as serviu ou delas se serviu, recorrendo muitas vezes ao Estado para satisfazer esses encargos. É falsa a ideia de que são casos muito raros e sem significado na economia ou nas finanças públicas. Muitas dessas pensões, por via directa ou indirecta, são sugadas ao contribuinte e ele começa a perceber que é assim. Os casos que se conhecem na banca, por vezes com acumulação de várias pensões e de salários, são verdadeiras obscenidades no plano simbólico e, por vezes, premeiam quem teve altíssimas responsabilidades no estado a que isto chegou. Direitos adquiridos? Eu também tive os meus...
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