Álvaro Cunhal
morreu a 13 de Junho de 2005 com 92 anos de idade e, este ano, completaria 100
anos. Por isso, o seu partido decidiu evocar a figura do homem que entre 1961 e
1992 foi seu secretário-geral, tendo criado uma Comissão das Comemorações do Centenário de Álvaro Cunhal que, entre
outras iniciativas, promoveu a realização de uma grande exposição sobre a sua vida
e pensamento.
Álvaro Cunhal foi
um intelectual, um artista e um dirigente político, sendo um dos mais
importantes símbolos de resistência à ditadura salazarista. Esteve preso em
1937, 1940 e no período 1949-1960, perfazendo cerca de 15 anos de prisão, oitos
dos quais em completo isolamento. Fugiu da prisão de Peniche em 1960 e, a partir
de então e até 1974, viveu no exílio. Foi uma figura incontestada e admirada no
seu partido, mas os seus adversários políticos nunca deixaram de lhe reconhecer
uma exemplar atitude de resistência e de coerência.
A exposição trata
com
muita profundidade a vida de Álvaro Cunhal, registando a sua actividade política na
clandestinidade e a sua acção de resistência ao salazarismo, mas também o
período que se seguiu ao 25 de Abril. Os ambientes relacionados com a sua vida
e os acontecimentos que a marcaram foram recriados com muita imaginação e há um
assinalável número de documentos que são apresentados, entre os quais se
incluem os originais de pintura e desenho, assim como as obras de ficção e de
ensaio.
A exposição foi
inaugurada em Lisboa no dia 27 de Abril e decorrerá até ao dia 2 de Junho na
Sala do Risco - Pátio da Galé, com entrada pela rua do Arsenal, sendo mais
tarde exibida no Porto. É uma grande exposição que está exemplarmente
apresentada e que constitui uma revisitação dos últimos cem anos da nossa
sociedade.
Sem comentários:
Enviar um comentário