Cumprindo um ambicioso plano que o levou desde a
militância no MRPP até à presidência da Comissão Europeia, que o mesmo é dizer
de Almada a Bruxelas, o comissário Barroso não desiste de procurar apoios para
se manter na crista da onda, por cá ou no estrangeiro.
Assim, com muita demagogia, veio a Lisboa para anunciar
que a Comissão Europeia vai canalizar 26 mil milhões de euros para Portugal nos
próximos sete anos. “É uma pipa de massa”,
disse o deslumbrado comissário Barroso que, paternalmente, dissertou sobre a
necessidade desses fundos serem bem aplicados. Nesse aspecto, eu estou muito
preocupado pois temo que se repitam os excessos, os favorecimentos e as não sei
quantas mil habilidades que, noutros tempos, serviram para desviar fundos para
fins diversos daqueles para que haviam sido seleccionados.
Entretanto, ontem foi anunciado o colossal prejuízo do Banco Espírito
Santo que se cifrou em 3.577,3 milhões de euros no primeiro semestre do ano,
alegadamente devido a factores de natureza excepcional ocorridos “que
determinaram a contabilização de prejuízos, de imparidades e de contingências”.
“É uma pipa de massa”, diria o
comissário Barroso. Mas ele não comenta isso. Não lhe convém. Eu, que sempre costumava
dizer que bancos e seguradoras eram “associações de malfeitores”, confronto-me
agora com uma situação que parece dar-me razão.
Se recordarmos que na passada semana o Ministério
das Finanças anunciou em comunicado que o défice
público português aumentou no primeiro semestre deste ano até 4.192 milhões de
euros, isto é, mais 149 milhões de euros que nos primeiros seis meses do ano
passado, ficamos confrontados com mais um problema. “É uma pipa de massa”, podia ter dito o comissário Barroso. Sintetizando,
já temos “pipas de massa” bastantes, para além daquela que o comissário Barroso
anunciou.
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