Há dias, o
presidente do F. C. do Porto veio dizer que se sentiu “vigarizado por Passos e
Cavaco no caso BES” e hoje lemos num jornal da nossa capital que "Queiroz perde milhões no BES".
Estes dois casos são conhecidos porque se trata de duas pessoas do mundo do futebol, com natural acesso aos media. Porém, os jornais ignoram o que se passa com a maioria das pessoas que tinha o seu dinheiro no BES e, com esse silêncio e essa ligeireza jornalística, prestam um mau serviço à sociedade e merecem o nosso repúdio.
Estes dois casos são conhecidos porque se trata de duas pessoas do mundo do futebol, com natural acesso aos media. Porém, os jornais ignoram o que se passa com a maioria das pessoas que tinha o seu dinheiro no BES e, com esse silêncio e essa ligeireza jornalística, prestam um mau serviço à sociedade e merecem o nosso repúdio.
O escândalo do
BES começou em Julho, quando o governador do Banco de Portugal reafirmou que a
situação no BES estava sólida e que tudo estava a ser feito para evitar riscos
de contágio com outras áreas do grupo. Foi uma declaração imprudente e
incompetente, porque o banco não tinha nenhuma solidez.
Logo a seguir, na
sua mania de falar de tudo do que sabe e do que não sabe, o primeiro-ministro veio
dizer que os depositantes do BES tinham razões para confiar no banco e afirmou
não ter dúvidas quanto à tranquilidade do sistema financeiro português. Disse
então: "Uma coisa são os negócios que a família Espirito Santo tem e outra
coisa é o banco. É muito importante que os agentes portugueses e os
investidores externos consigam, não apenas perceber bem esta diferença, mas
estar tranquilos relativamente à situação do banco", sublinhou.
Entretanto,
durante uma importante visita à Coreia do Sul, também o Presidente da República
veio falar do assunto, dizendo que os portugueses podiam confiar no BES, porque
as suas folgas de capital eram mais que suficientes para cumprir a exposição
que o banco tem à parte não financeira, mesmo na situação mais adversa. Em
Agosto, a Ministra das Finanças veio confirmar tudo isto e elogiar a supervisão
no caso BES que, segundo ela, seguiu as melhores práticas.
Agora,
surpreendentemente, o primeiro-ministro veio admitir que a solução encontrada
para o BES pode implicar encargos para os contribuintes, o que a Ministra das
Finanças veio confirmar. Eu já não me
admiro nada com os malabarismos, as insensibilidades e a falta de vergonha desta
gente, mas pergunto porque há tanta irresponsabilidade e porque razão insistem em iludir-nos e em mentir-nos. E, já agora, é caso para perguntar onde param os 4.900.000.000 euros!
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