Há cinquenta
anos, num período em que passavam por grandes dificuldades, muitos milhares de
portugueses decidiram emigrar para uma Europa ainda não recuperada do drama da
guerra e muito carente de mão-de-obra. A França foi o destino mais frequente da
emigração portuguesa, mas muitos desses emigrantes escolheram o Luxemburgo como
destino e, rapidamente, tornaram-se a maior comunidade estrangeira que vive no Grão-Ducado.
Serão cerca de 100 mil pessoas numa população total de cerca de 500 mil
habitantes, isto é, cerca de 20% da população do Luxemburgo é portuguesa. A
poucos dias de terminar o seu mandato, o Presidente da Confederação das
Comunidades Portuguesas no Luxemburgo veio denunciar que os emigrantes
portugueses, tanto os da primeira como da segunda geração, estão a ser vítimas
de um processo de ostracização, marginalização e desconsideração, o que o Arcebispo
do Luxemburgo também denunciara recentemente. O jornal luxemburguês Le
Quotidien divulgou ontem este assunto com destaque de primeira página.
A principal
queixa da comunidade portuguesa está relacionada com a integração social, o
acesso ao emprego e o ensino do português, mas essa será apenas a ponta de um iceberg uma vez que, provavelmente, o
que se está a passar é uma descriminação que viola todos os princípios da União
Europeia. Sendo assim, aqui temos um caso em que se impõe que os nossos
governantes actuem rapidamente e com firmeza para defender a dignidade dos nossos
compatriotas emigrados, em vez de serem tão submissos e resignados a acatar os diktats dos “donos disto tudo”. Mostrem que têm coragem!
Com os fortes é mais difícil...
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