A primeira página
da edição de ontem do New York Post remete-nos para um
tempo de guerra, com imagens dos aviões franceses a sair das suas bases nos
Emirados Árabes Unidos e na Jordânia para um ataque nocturno às principais
infraestruturas de comando do Estado Islâmico (ISIS), localizadas na cidade de
Raqqa, no norte da Síria. Ao reivindicar as criminosas acções que foram os
atentados de Paris que fizeram 129 mortos e o derrube do avião russo que se
despenhou no Sinai matando 224 pessoas, o ISIS conseguiu unir Putin e Hollande
e fazer com que os poderes aéreos francês e russo também se unissem na sua
determinação de cooperar na sua luta contra o inimigo comum. Os Mirage e os Rafale franceses juntaram-se à missão russa
que nos 48 dias que já leva de operações na Síria efectuou 2300 saídas e que
vai ser reforçada com mais 37 novos aviões, que se somam às 50 aeronaves já
destacadas para aquele teatro de guerra.
Entretanto os Estados Unidos e o Reino Unido parecem expectantes
quanto ao seu papel, mas não rejeitam a hipótese de se juntar à aliança
franco-russa que está a actuar no terreno, depois de terem percebido que o seu principal inimigo na região não é Bashar al-Assad. Até a Turquia, que era tão crítica
da Rússia no seu apoio a Assad, parece ter acordado e ter autorizado que os mísseis de cruzeiro
russos lançados do mar Cáspio atravessassem o seu território.
Provavelmente, já toda a gente tinha visto o que devia ser feito,
mas o facto é que foram precisas as tragédias de Paris e do Sinai para que os
mais afectados se unissem. Veremos o que vão fazer Obama e Cameron.
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