Qualquer semelhança entre isto e um jornalista económico... |
No passado dia 25
de Fevereiro a agência de notação financeira Moody's deu nota positiva à versão
revista do Orçamento do Estado para 2016, considerando que a sua aprovação
mostra "a capacidade e vontade do Governo em reverter o curso dos
acontecimentos e apresenta um rumo fiscal mais realista que o apresentado no
primeiro esboço do Orçamento". Esta opinião da Moody’s mostra que a
negociação do Orçamento satisfez todas as partes envolvidas ou, dito de outra
forma, foi bem negociado. Andávamos tão habituados a ver a Moody’s baixar o rating da dívida pública portuguesa e a
prenunciar mais e piores desgraças financeiras, que este raríssimo e inesperado
elogio nos surpreendeu, sobretudo depois da intensa campanha, por vezes
caluniosa e insultuosa, que foi feita contra o Orçamento e contra o governo de
António Costa.
Fiquei à espera de ver o que a imprensa ia dizer e, em especial,
a imprensa económica. Porém, salvo duas ou três excepções que de forma ligeira
trataram o assunto, não vi manchete, nem notícia,
nem editorial, nem artigo de opinião. É certo que não li tudo, mas o que li foi suficiente para ver que os Gomes Ferreiras, os Antónios Costas,
os David Dinizes e os Josés Manuel Fernandes se calaram. A notícia terá passado
em algumas televisões mas, ao contrário do que aconteceu quando a agência
canadiana DBRS poderia ter descido o rating
da dívida portuguesa, agora ninguém tomou a iniciativa de ligar para a Moody’s para se
perceber melhor esta sua surpreendente posição.
Hoje, o
jornalista Nicolau Santos destacou-se uma vez mais como um profissional de
excepção ao denunciar no Expresso este comportamento sectário
da nossa imprensa e ao sugerir que aguardemos pelas futuras posições menos favoráveis das
outras agências de rating, casos da
Standard & Poor’s, da Fitch e da DBRS. Nem foi preciso esperar: hoje o Conselho de Finanças Públicas fez comentários ao Orçamento e os telejornais esqueceram tudo para abrir os noticiários com essa informação. Que tristeza!
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