A decisão do governo britânico de realizar no
próximo dia 23 de Junho um referendo para que o Reino Unido escolha se deve
permanecer ou abandonar a União Europeia é, porventura, o mais grave
acontecimento a afectar a coesão e o futuro de um projecto que se aproxima dos
sessenta anos de idade. De facto, os tempos mostram-se difíceis para um
projecto que já agrega 28 Estados-membros, com muitas línguas e muitas
culturas, com percursos históricos e interesses bem diversos, cujas economias
estão a passar por grandes dificuldades. A Europa está em crise profunda, sem liderança, sem solidariedade, sem rumo e à mercê de uma burocracia mais ou menos corrupta que se instalou em Bruxelas.
Embora a adesão do Reino Unido ao projecto europeu tivesse acontecido em 1973, o facto é que a sua integração tem sido um processo muito complicado, que agora se agudizou com a exigência britânica de reformas que devolvam competências aos Estados-membros, que travem ou limitem o processo de integração europeia e que imponham restrições aos direitos dos imigrantes comunitários. Esta atitude britânica de afrontamente à tirania burocrática de Bruxelas corre o risco de ser seguida por outros Estados-membros, insatisfeitos pelo rumo que a Europa segue, com países com e sem o euro, que pertencem ou não pertencem à NATO, que estão integrados ou não nos Acordos de Schengen, isto é, provavelmente com mais factores de divergência do que de convergência.
Embora a adesão do Reino Unido ao projecto europeu tivesse acontecido em 1973, o facto é que a sua integração tem sido um processo muito complicado, que agora se agudizou com a exigência britânica de reformas que devolvam competências aos Estados-membros, que travem ou limitem o processo de integração europeia e que imponham restrições aos direitos dos imigrantes comunitários. Esta atitude britânica de afrontamente à tirania burocrática de Bruxelas corre o risco de ser seguida por outros Estados-membros, insatisfeitos pelo rumo que a Europa segue, com países com e sem o euro, que pertencem ou não pertencem à NATO, que estão integrados ou não nos Acordos de Schengen, isto é, provavelmente com mais factores de divergência do que de convergência.
Nesta altura, segundo as sondagens, equivalem-se os que
dizem Sim e os que dizem Não à permanência do Reino Unido na
União Europeia. Aos poucos, vão surgindo estudos que apoiam uma ou outra
alternativa e um desses estudos foi divulgado pelo The Economist que, na capa da sua última
edição, diz que o Brexit é mau para o Reino Unido, para a Europa e para o
Ocidente. Outros estudos asseguram que a vida de dois milhões de cidadãos
britânicos que vivem na Europa será muito afectada durante muitos anos, tal
como o fabrico de automóveis, a agricultura e os serviços financeiros. Há estudos para todos os gostos, mas não restam dúvidas que o que vier a acontecer em Junho no Reino Unido vai afectar toda
a Europa e pode ser a caixa de Pandora europeia que muitos temem.
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