A edição do
diário libanês al-akhbar que se publica em Beirute, destaca na primeira página
da sua edição de hoje uma fotografia em que John Kerry e Serguei Lavrov se
cumprimentam. Aquela fotografia tem a virtude de, por si só, nos dar esperança para que acabe a guerra na
Síria, não sendo necessário ler árabe para ter mais explicações. Hoje ninguém
tem dúvidas que a continuação ou o fim da guerra dependem da vontade e das
armas dos Estados Unidos e da Rússia.
De facto, a
reunião ontem realizada em Genebra entre o Secretário de Estado dos Estados
Unidos e o Ministro das Relações Exteriores da Federação Russa durou 12 horas e
teve a crise síria como principal ponto da agenda. No final, em ambiente de
grande cordialidade, os dois dirigentes anunciaram importantes progressos nas
conversações, embora tivessem acentuado que ainda não houve acordo quanto ao
fim das hostilidades, mas que vão ser procurados consensos nos próximos dias.
Numa declaração
final, Kerry declarou estar satisfeito com os resultados do encontro e
agradeceu a Serguei Lavrov pelo trabalho conjunto. Por sua vez, Lavrov informou que ambos concordaram em actuar junto das
partes envolvidas no conflito, isto é, a Rússia junto do governo sírio e os
Estados Unidos junto da oposição a Bashar al-Assad, no sentido de encontrar
solução para o principal ponto de discórdia que continua a ser o futuro do
presidente sírio: Moscovo – que apoia Damasco – defende que o país mergulharia
no caos sem Bashar al-Assad, enquanto Washington é favorável ao afastamento do
chefe de Estado, exigido pela oposição.
É
caso para dizer “entendam-se”, mas depressa. Se necessário, vejam as
catastróficas imagens da destruição de Aleppo e de tantas outras cidades
sírias.
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