sábado, 27 de agosto de 2016

O estilo telenovela na política portuguesa

A jovem que desde Março dirige o CDS tem feito tudo para dar nas vistas e não se cansa de aparecer por toda a parte para falar, para opinar e para criticar. Fala por tudo e por nada. Precisa de notoriedade. Procura-a incansavelmente. É uma necessidade básica de quem não sabe quanto vale em termos eleitorais, mas que não deve andar longe dos 5%. É difícil sair desta irrelevante fasquia que só serve para ser muleta dos outros, até porque o povo tem memória e não esquece que Assunção Cristas também foi responsável pela brutal austeridade e pelo empobrecimento que foi imposto aos portugueses. Além disso, ela também quis ir além da troika e esteve sempre ao lado do irrevogável Portas a dar o dito por não dito. Sabendo que nem o seu passado partidário, nem o seu projecto político têm o apoio do eleitorado, a moça adoptou uma estratégia populista para dar nas vistas. Vai daí, vestiu um vestido curto estampado com kiwis e posou numa fotografia artístico-sexy, digna da capa de uma qualquer revista cor-de-rosa. Para quem aspira ao poder, era difícil fazer pior.
Um antigo deputado do seu partido de nome Raúl Almeida deve ter visto a fotografia e não se calou, tendo dito que “há um certo culto da personalidade e da frivolidade de uma presidente que está nas revistas cor-de-rosa quando o país está a arder“, acrescentando que o futuro do seu partido depende da forma como aquela jovem se comportar enquanto presidente do CDS e “não como uma atriz de telenovelas” e que “é muito importante que não confunda a rentrée com a silly season”.
O assunto só pode interessar aos tais 5% mas, de facto, é muito divertido verificar como o estilo telenovela entra na política portuguesa.

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