Depois de dez
meses de negociações, os americanos e os russos assinaram um acordo para um
cessar-fogo na Síria a partir da noite da passada segunda-feira (dia 12 de
Setembro), que permitisse o imediato acesso humanitário às zonas da cidade de
Aleppo cercadas pelas forças armadas da Síria e o fim dos bombardeamentos
aéreos.
Tudo parecia correr bem, apesar de terem sido anunciadas muitas violações aos acordos assinados e de ter havido muitas movimentações tácticas de grupos armados a aproveitar a trégua. Como é normal, houve acusações dos russos e houve acusações dos americanos. Até aí era tudo mais ou menos compreensível...
Tudo parecia correr bem, apesar de terem sido anunciadas muitas violações aos acordos assinados e de ter havido muitas movimentações tácticas de grupos armados a aproveitar a trégua. Como é normal, houve acusações dos russos e houve acusações dos americanos. Até aí era tudo mais ou menos compreensível...
Porém, no passado
sábado (dia 17 de Setembro) a aviação americana, ou da chamada coligação internacional, realizou quatro ataques aéreos
contra as tropas do governo sírio em Jebel Tharda, perto do aeroporto de Deir
al-Zor, daí resultando a morte de 62 soldados e mais de 180 feridos, ao mesmo
tempo que essa acção abriu caminho para uma grande ofensiva do Daesh contra as
forças do governo de Bashar al-Assad. O Pentágono emitiu um comunicado em que
reconhece a sua responsabilidade no ataque, afirmando que foi um erro e que as forças da coligação
internacional não tiveram a intenção de alvejar militares ou instalações sírias.
Entretanto, os falcões do Reino Unido e da Dinamarca já confirmaram a sua participação no
ataque, tal como os da Austrália.
Hoje, o Daily
Telegraph que se publica em Sydney, para além de mostrar um F-18 Super Hornet da RAAF voando sobre a
Síria e de afirmar que a operação foi um erro de consequências fatais, destaca
que no ataque de Deir al-Zor os “aviões australianos estiveram entre os que
tomaram parte nesta operação”, isto é, o jornal australiano já parece pedir contas a quem teve responsabilidade neste atentado à paz.
Esta acção vai
marcar fortemente todo o futuro da guerra na Síria e as opiniões públicas ocidentais vão reagir perante este disparate americano e dos seus amigos. A pergunta que se faz é se
se tratou realmente de um erro, ou de uma falta de coordenação ou de uma acção deliberada
que violou os acordos de cessar-fogo e beneficiou o Daesh. Será que Donald
Trump tem razão e que Barack Obama e os seus conselheiros são os pais do Daesh?
Será que a Europa deve ser tão seguidista em relação aos disparates americanos?
O que estará ainda para acontecer?
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