A agência de notação financeira Standard
and Poor's decidiu ontem tirar Portugal do lixo, revendo em alta o rating atribuído à dívida
soberana portuguesa. O Público foi um dos poucos jornais portugueses que destacaram esta notícia, talvez porque a generalidade da imprensa e dos jornalistas andem distraídos.
Com esta decisão
surpreendente, Portugal liberta-se de um longo período de cerca de seis anos em
que passou por uma enorme humilhação financeira, durante o qual Wolfgang Schäuble e Christine Lagarde foram apenas alguns dos rostos da arrogância
com que foi tratado o nosso país e que o pretenderam colocar no anedotário
financeiro internacional. Alguns políticos portugueses, como Passos Coelho e
Maria Luís Albuquerque, deixaram-se enredar na armadilha que os credores internacionais
montaram e foram, demasiadas vezes, o rosto da submissão à arrogância dos credores.
Esta notícia tem tantos reflexos positivos no campo financeiro e na
nossa auto-estima, que nem se justifica que aqui se enumerem. Porém, apesar do
crescimento económico que se tem verificado nos últimos anos, a dívida
portuguesa continua a aumentar e os esforços para que seja reduzida têm que
continuar, através de uma consolidação orçamental adequada e de uma gestão da
economia que reforce o potencial de crescimento nacional.
Não têm faltado elogios ao desempenho económico do governo, mas também
muitos avisos para que não se deixe deslumbrar por este resultado, cujo mérito é
uma grande vitória dos portugueses e dos agentes económicos em geral – Estado,
Empresas e Famílias – mas que acontece quando António Costa e Mário Centeno e não
outros, estão ao leme. Foram eles que meteram o golo e são os marcadores dos golos que ficam na história. Este resultado também acontece na vigência de uma solução
governativa inovadora, que tem apresentado resultados muito encorajadores e que acabou com aquela
ideia sem sentido que era o “arco da
governação”. Até as agências financeiras estão a reconhecer essa realidade.
Porém, embora o que aconteceu tenha sido muito importante, o governo tem que estar
atento à economia e à sociedade e não querer agradar a gregos e a troianos,
baixando impostos e aumentando salários de uma forma desajustada às realidades.
Só assim evitará resvalar outra vez para o lixo.
Alguém sabe quais os critérios objectivos seguidos por estas verdadeiras influenciadoras do mundo (tenebroso e opaco) das finanças mundiais?
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