Alguma imprensa
britânica e francesa, caso do Le Monde, anunciou a queda de Baghouz , o último
reduto do Daesh, situado nos confins da parte leste da Síria, junto da
fronteira com o Iraque. Há alguns dias, também Donald Trump anunciara o fim do
Daesh. Significa que o califado que adoptou o nome de Estado Islâmico do Iraque e da Síria durou cinco anos
e que, depois de em 2017 ter perdido as suas capitais de Mossul (Iraque) e
Rakka (Síria), tinha um fim anunciado.
Porém, a queda de
Baghouz não é o fim do Daesh, pois a organização chefiada por Abu Bakr al-Baghdadi criou ramificações e células em vários países e é natural que continue a sua
actividade, agora com uma diferente estratégia, que não passa pela ocupação de
território, mas que continua com a prática contínua de atrocidades, assassínios em
massa, execuções arbitrárias, roubos, saques e violações, isto é, o terror.
Nas últimas
semanas, as forças curdas e sírias capturaram algumas centenas de combatentes
do Daesh, muitos deles originários de países europeus, mas agora ninguém sabe o
que fazer com eles, nem sequer com as suas famílias.
O assunto está na
ordem do dia e um dos seus aspectos mais curiosos acontece com as chamadas noivas
do Daesh, que tendo aderido ao movimento terrorista, parecem reivindicar agora todos
os direitos sociais que tinham nos seus países, antes de se juntarem ao grupo
jihadista islâmico. Em alguns casos essas pessoas já estão a reivindicar o
direito de serem libertadas, repatriadas e apoiadas pelos seus países de origem,
o que é verdadeiramente paradoxal. Muitas dessas mulheres têm agora crianças o
que torna o problema mais complexo por razões humanitárias, mas o Le
Monde chama a atenção para essa gente que pode aparecer como “des bombes à retardement”.
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