A confusão é total e são cada vez menos aqueles que se interessam pelo
Brexit e pelo futuro da Grã-Bretanha. O poderoso Reino Unido que ”governou o
mundo durante o século XIX”, que no século XX se afirmou sem equívocos em duas
guerras mundiais e que, mais recentemente, navegou pelo Atlântico Sul em defesa
das ilhas Falklands, está agora sem rumo e o que vier a acontecer será sempre
um desastre. Ficar ou sair, com ou sem acordo, representará sempre e por muitos
anos, um símbolo de decadência que colocará o Reino Unido num patamar de
inferioridade em relação à comunidade internacional. Quem pensou que o Reino Unido se transformaria numa República das Bananas? Ninguém imaginou este
cenário de confusão, nem este futuro de incerteza. A força e a determinação de
Winston Churchill ou de Margareth Tatcher são coisas do pasado. Theresa May
revelou-se uma personagem incapaz, dominada por uma obcecada teimosia e sem ter
a noção da importância do momento histórico que lhe caiu nas mãos.
O Brexit, enquanto decisão soberana do eleitorado britânico falhou, mas o
que é mais surpreendente é que Theresa May deixou arrastar o problema e parece
nunca ter tido a intenção de se demitir. Agora, é a União Europeia que, cansada
deste processo, impõe as suas regras e encosta o Reino Unido à parede.
Porém, ainda ontem em Londres, um milhão de pessoas reclamou contra a
incapacidade dos seus políticos e exigiu que seja realizado um novo referendo,
defendendo que o Reino Unido permaneça na União Europeia. Foi uma manifestação
histórica diz hoje o jornal espanhol La Razón.
Se ao menos adiassem a decisão por um ano, para formar um novo Parlamento e
para amadurecer ideias, por certo que se encontraria a solução mais desejada e
mais consensual. Assim, tudo se conjuga para que o proceso corra mal, que ocorra uma
grave crise económica e social e que não tardem as reivindicações da Escócia e
da Irlanda do Norte a desunir e a enfraquer ainda mais o Reino Unido.
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