Continua a
saber-se muito pouco sobre o covid-19,
embora o espaço mediático continue a estar cheio de gente que fala como se
soubesse tudo sobre a pandemia. São os mesmos que também sabem tudo sobre
política e sobre futebol, que falam de economia e de cultura e que não
conseguem estar calados. Alguns deles são ex-políticos profissionais que fazem
das suas constantes aparições televisivas uma prova de vida, com a qual
facturam mais qualquer coisa e satisfazem as suas vaidades. Em qualquer lado poderiam
ser opinion makers mais ou menos
respeitados, mas por cá normalmente não passam de vulgares vendedores de banha
de cobra, alguns deles com presença quase quotidiana nos nossos televisores.
No entanto,
parece que no caso da pandemia do covid-19
eles têm alguma razão, pois há um consenso que começa a generalizar-se no
sentido do uso de máscara, porque para além da sensação de protecção que dão a
quem as usa, parece que realmente reduzem a hipótese de contágio. Por isso,
espera-nos um futuro, de resto muito semelhante ao que se observa nos países da
Ásia Oriental, em que as pessoas passarão a usar a máscara diariamente como se
fosse uma peça do seu vestuário.
A generalidade da
imprensa sempre insistiu no uso da máscara e até usou a falta de máscaras no
mercado como um tema de crítica às autoridades sanitárias, o que de certa forma
antecipava que o uso de máscaras iria ser obrigatório. Daí que as máscaras, las mascarillas, les masques
ou the masks fossem assunto corrente
no noticiário internacional da pandemia. Porém, com surpresa, verificamos que
na Argentina pela voz do diário La Prensa, o tempo que aí vem já é designado como la era del tapabocas. Uma designação bem curiosa!
Só é pena não tapar as bocas donde saem tantas asneiras que por aí andam no éter!
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