A última edição
do Courrier
internacional é temática e centra-se numa questão que, na actual
turbulência que atravessamos e de que ainda não se sabem as verdadeiras
consequências, nos obriga a repensar o mundo. As dúvidas que se levantavam aos
efeitos nocivos da globalização sobre o comportamento dos seres humanos, sobre
a crise climática e o aquecimento global que rapidamente estão a alterar o
planeta ou sobre a crise generalizada da natalidade, juntaram-se à pandemia do covid-19 e aos seus medos e incertezas, parecendo
que estamos perante uma tempestade
perfeita.
Há que repensar o
mundo, como salienta na sua primeira página o Courrier internacional.
Ninguém pode ficar indiferente às imagens que temos visto das ruas e praças das
cidades desertas, das angústias ou mesmo da impotência de quem trabalha nos
hospitais, das filas intermináveis de gente que procura abastecer-se nos
supermercados, dos rostos que em vez de sorrisos mostram máscaras, das placas
de estacionamento dos aeroportos pejadas de aviões imobilizados ou dos grandes
navios de cruzeiro abandonados nos cais. Essas imagens sugerem que repensemos o
mundo porque nunca mais vai ser como era e que nos preparemos para um modo de
vida diferente que, quem sabe, até pode ser melhor. A pandemia do covid-19
está a desencadear uma verdadeira revolução, talvez uma das maiores revoluções que a
Humanidade alguma vez enfrentou. Há que pensar nela e nas adaptações a fazer no
modo de vida da sociedade. Porém, neste quadro que nos obriga a pensar no
futuro com coragem, com inteligência, com imaginação e com esperança, ainda há gente muito responsável
– dispenso-me de aqui deixar nomes – que continua com o seu discurso político
ou sindical da reivindicação, da exigência e da confrontação, como se o mundo não
tivesse mudado radicalmente nos últimos três meses.
Sem comentários:
Enviar um comentário