Marcelo Rebelo de
Sousa anunciou ontem que era candidato a um novo mandato na Presidência da
República e com essa declaração acabou com um tabu que se arrastava há vários
meses. O país ficou aliviado!
No entanto, não houve surpresa nenhuma com este
anúncio, excepto no que respeita ao local que escolheu para o fazer. Não foi
uma universidade ou uma biblioteca, nem um jardim ou um local histórico, ou
mesmo uma praia de que tanto gosta, tendo optado pela pastelaria A Chique de Belém, que agora se travestiu
e se chama Versailles.
Provavelmente
Marcelo Rebelo de Sousa quis mostrar que tal como a pastelaria é contígua ao
palácio que ocupa, também o seu anúncio naquele lugar está ligado ao palácio que
vai continuar a ocupar. Porém, em vez de atravessar a Calçada da Ajuda e gastar um minuto a fazer uns 20 metros, tratou de atravessar a Praça Afonso de Albuquerque e
mostrar-se às câmaras durante alguns minutos. A simplicidade da encenação foi
estudada, como são quase todos os passos presidenciais, mas ao preferir A Chique de Belém em vez da Leitaria da Junqueira que fica bem
próximo, quis mostrar a sua faceta populista e cosmopolita.
Todas as
sondagens mostram que o Presidente da República vai ser reeleito à primeira
volta por uma confortável maioria, pois tem feito uma boa presidência, embora
com demasiados exageros populistas, sobretudo na sua relação com as câmaras que
mobiliza para os seus tiques narcisistas. Ninguém esquece, porque tudo foi
filmado pelas televisões, a cena em que foi vacinado contra a gripe, nem o
salvamento de duas jovens na praia do Alvor, ou a publicidade que deu à sua visita
privada a Porto Santo. Talvez que
Marcelo Rebelo de Sousa no seu próximo mandato possa acabar com este tipo de
cenas ridículas, com o exagero de selfies
e com o gosto de falar sobre tudo o que deve e não deve.
Naturalmente, a
pastelaria A Chique de Belém, aliás Versailles, vai continuar a ter um cliente
certo.
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