A Alemanha tem
eleições gerais amanhã para escolher o novo chanceler que substituirá Angela Dorothea
Merkel, que exerceu esse cargo durante dezasseis anos. Serão eleitos 709
deputados para o Bundestag, sobretudo da CDU (centro-direita) e do SPD (centro-esquerda),
mas o futuro chanceler resultará, como é habitual na política alemã, das
coligações que forem acordadas.
Com 67 anos de
idade, Angela Merkel deixa o seu cargo com um nível de popularidade interna da
ordem dos 80%, enquanto no estrangeiro se sucedem as homenagens à mulher que se
tornou o símbolo da estabilidade europeia desde que assumiu o cargo em 2005.
Durante o seu mandato a senhora Merkel conheceu cinco primeiros-ministros do
Reino Unido, quatro presidentes franceses, quatro presidentes americanos, sete
primeiros-ministros italianos e quatro presidentes portugueses, tendo
conquistado uma reputação e um capital de prestígio singular no actual xadrez
da política mundial.
Um dos aspectos
mais curiosos do seu desempenho político foi a sua relação com a França, com
quem a Alemanha disputou a hegemonia europeia durante muitos anos, nomeadamente
na guerra franco-alemã de 1870-71 e nas duas guerras mundiais. A boa relação
entre a França e a Alemanha de Angela Merkel foi, provavelmente, o factor que mais
contribuiu para a unidade e para estabilidade europeias e daí as homenagens da
imprensa francesa que, apesar do seu espírito chauvinista não hesitou em usar a
expressão Auf Wiedersehen em algumas
das suas publicações.
Angela Merkel foi
uma figura notável e inscreveu o seu nome na estreita galeria dos construtores
da Europa, onde estão Konrad Adenauer, Robert Schuman, Jean Monnet, Jacques Delors
e poucos mais.
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