A Assembleia da
República rejeitou por 117 votos contra e 113 votos a favor, a proposta de
Orçamento do Estado para 2022, cuja votação aconteceu no passado dia 27 de
Outubro.
O chumbo do
Orçamento do Estado aconteceu pela primeira vez na vida democrática portuguesa
e congelou um aumento de cerca de seis mil milhões de euros em relação ao
Orçamento anterior, onde se incluíam medidas de benefício para as famílias e para
os pensionistas. Não havia razões de peso para que o Orçamento fosse recusado,
porque dessa forma atrasa-se o recebimento dos fundos europeus previstos no
Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e, como sempre, “o tempo é dinheiro”.
Além disso, depois da crise pandémica cria-se uma crise política que vai
afectar a economia que começava a recuperar a bom ritmo com o desemprego mais
baixo das últimas décadas e que vai congelar as intenções de investimento dos
agentes económicos. Estava previsto o maior aumento do salário mínimo da
história da nossa democracia, aumentos extraordinários das pensões mais baixas
e a gratuitidade progressiva das creches, o que representava um acréscimo de
rendimentos para as famílias.
Porém, em nome
dos seus interesses particulares, os partidos chumbaram a proposta, o que os
cidadãos comuns acham que foi uma loucura e um acto irresponsável, que
prejudicou todos os portugueses e afectou a nossa imagem e prestígio
internacionais.
Nestas
circunstâncias, o Presidente da República decidiu devolver a palavra aos
eleitores e marcou eleições legislativas para o dia 30 de Janeiro. Não havia
outra alternativa sensata e, aqueles que mais esticaram a corda, não poderão
esperar a compreensão dos portugueses quando eles forem votar daqui a noventa
dias.
De facto, é muito
difícil de aceitar a irredutibilidade do comportamento dos discípulos do
ideólogo Louçã, que foram longe demais e não cuidaram de proteger os
verdadeiros interesses dos portugueses, incluindo daqueles que lhe deram o voto
que lhes tem garantido assento parlamentar.
Com o quadro actual, também o tempo das selfies marcelistas e de outras rapaziadas parece ter chegado ao fim...
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