sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Só as eleições podem desempatar este jogo

A Assembleia da República rejeitou por 117 votos contra e 113 votos a favor, a proposta de Orçamento do Estado para 2022, cuja votação aconteceu no passado dia 27 de Outubro.
O chumbo do Orçamento do Estado aconteceu pela primeira vez na vida democrática portuguesa e congelou um aumento de cerca de seis mil milhões de euros em relação ao Orçamento anterior, onde se incluíam medidas de benefício para as famílias e para os pensionistas. Não havia razões de peso para que o Orçamento fosse recusado, porque dessa forma atrasa-se o recebimento dos fundos europeus previstos no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e, como sempre, “o tempo é dinheiro”. Além disso, depois da crise pandémica cria-se uma crise política que vai afectar a economia que começava a recuperar a bom ritmo com o desemprego mais baixo das últimas décadas e que vai congelar as intenções de investimento dos agentes económicos. Estava previsto o maior aumento do salário mínimo da história da nossa democracia, aumentos extraordinários das pensões mais baixas e a gratuitidade progressiva das creches, o que representava um acréscimo de rendimentos para as famílias.
Porém, em nome dos seus interesses particulares, os partidos chumbaram a proposta, o que os cidadãos comuns acham que foi uma loucura e um acto irresponsável, que prejudicou todos os portugueses e afectou a nossa imagem e prestígio internacionais.
Nestas circunstâncias, o Presidente da República decidiu devolver a palavra aos eleitores e marcou eleições legislativas para o dia 30 de Janeiro. Não havia outra alternativa sensata e, aqueles que mais esticaram a corda, não poderão esperar a compreensão dos portugueses quando eles forem votar daqui a noventa dias.
De facto, é muito difícil de aceitar a irredutibilidade do comportamento dos discípulos do ideólogo Louçã, que foram longe demais e não cuidaram de proteger os verdadeiros interesses dos portugueses, incluindo daqueles que lhe deram o voto que lhes tem garantido assento parlamentar.
Com o quadro actual, também o tempo das selfies marcelistas e de outras rapaziadas parece ter chegado ao fim...

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