quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Cuba continua presa a Fidel e ao passado

Perfazem-se hoje 65 anos sobre o dia em que um grupo de oitenta e dois exilados cubanos, onde se incluíam quatro estrangeiros, desembarcou próximo da praia de los Colorados, na costa oriental da ilha de Cuba, sob o comando de um jovem advogado de trinta anos de idade chamado Fidel Castro Ruz.
Hoje o jornal Granma, o órgão oficial do comité central do Partido Comunista de Cuba, evoca esse histórico desembarque e recorda Fidel, escrevendo que está “invicto en el cariño de su pueblo”, o que bem sabemos que não será assim.
O seu grupo viajara desde o pequeno porto mexicano de Tuxpan a bordo do pequeno iate Granma e, após uma viagem de sete dias, “aqueles 82 aprendizes de guerrilheiros”, muitos deles enjoados, desembarcaram em condições muito precárias e progrediram por pântanos e mangais, vendo-se obrigados a abandonar muito do seu material, o que levou a que se dissesse que não foi um desembarque, mas um naufrágio. Dois dias depois o grupo foi cercado pelo exército cubano em Alegria del Pio e a catástrofe aconteceu, pois o grupo teve 25 mortos, 22 capturados e 19 desaparecidos. Os dezasseis sobreviventes, onde se incluíam Fidel, o seu irmão Raúl e o médico argentino Ernesto “Che” Guevara dispersaram e só voltaram a reencontrar-se no dia 18 de Dezembro de 1956 em Purial de Vicana, já na sierra Maestra.
Seguiram-se dois anos de guerrilha que levaram o ditador Fulgencio Batista ao exílio e à entrada vitoriosa do exército rebelde em Havana no dia 1 de Janeiro de 1959.
A campanha vitoriosa dirigida por Fidel Castro inspirou outras guerrilhas e movimentos de libertação pelo mundo, enquanto Ernesto “Che” Guevara se tornou um ícone para a geração que depois da 2ª Guerra Mundial procurava a revolução e um mundo melhor.
Porém, tudo isso aconteceu no século XX e hoje Cuba desespera pela entrada no século XXI.

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