A República
Popular de Moçambique tornou-se independente depois de uma guerra de libertação
nacional iniciada em 1964 e que se prolongou até ao dia 7 de Setembro de 1974,
quando o Estado Português e a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo)
assinaram os Acordos de Lusaka. Nesses acordos, o Estado Português reconheceu o
direito à independência do povo moçambicano, tendo sido estabelecidos os passos
relativos à transferência da soberania, que foi solenemente proclamada no dia
25 de Junho de 1975.
A Frelimo, que tinha conduzido a luta armada contra a
administração colonial portuguesa, assumiu todos os poderes soberanos, mas em 1977 surgiu
a contestação da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), um grupo político que
contestava o poder absoluto da Frelimo. A contestação deu origem ao confronto que
se generalizou e se transformou na guerra civil moçambicana, ou guerra dos
Dezasseis Anos, na qual se envolveram vários países vizinhos e na qual se
estima terem morrido cerca de um milhão de pessoas, devido a causas directas e
indirectas da guerra. O conflito foi muito violento e apenas terminou em 1992
com a assinatura de um Acordo Geral de Paz, assinado por Joaquim Chissano,
presidente da República Popular de Moçambique, e por Afonso Dhlakama, o então
presidente da Renamo. Em 1994 realizaram-se eleições gerais multipartidárias,
mas os enormes problemas que o país atravessava, incluindo a crise económica e a
fome, a desorganização administrativa, o apoio aos deficientes que a guerra
provocara, a proliferação de minas terrestres em muitas zonas do país e, por
vezes, alguma falta de vontade política das partes, fizeram com que o Acordo
Geral de Paz tivesse demorado quase trinta anos a concretizar-se plenamente.
Segundo a edição de hoje do jornal O País, foi encerrada a última base
da Renamo e os seus últimos 347 militares passaram ontem, oficialmente, à vida
civil, no âmbito do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração.
Demorou muito
tempo, mas a paz chegou a Moçambique. Finalmente!
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