sexta-feira, 16 de junho de 2023

Tragédias humanas no mar Mediterrâneo

A imprensa dos países do sul da Europa deu hoje grande destaque ao naufrágio nas costas gregas de um navio de pesca que saíra da Líbia e se dirigia para a Itália com migrantes, de que terão resultado seis centenas de mortes. O jornal francês L’Humanité foi um desses jornais e em título de primeira página escreveu que “eles deixaram-nos morrer”, referindo que algumas ONG acusaram as autoridades e a Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira, vulgarmente conhecida por Frontex, por não terem providenciado socorros em tempo útil.
Nesta altura, há poucas informações sobre o navio e os passageiros, bem como sobre o que realmente se passou, mas as notícias referem que se tratou de mais uma operação preparada por organizações criminosas que transportam migrantes para a Europa. O navio tinha entre 25 a 30 metros de comprimento e transportava cerca de 750 passageiros, mas algumas notícias dizem que encalhou e outras dizem que se afundou a 47 milhas das costas gregas. Uma fotografia captada por um helicóptero da Frontex, que foi publicada em muitos jornais, mostra o convés do navio cheio de gente, havendo relatos de que o interior do navio também estava cheio, sabendo-se que é comum isolar e fechar esses passageiros para poderem ser controlados durante a viagem. Naturalmente, nenhum passageiro dispunha de coletes de salvação.
As autoridades gregas afirmaram ter recuperado 79 corpos e resgatado cerca de uma centena de pessoas, mas desconhece-se o paradeiro de cerca de seis centenas de pessoas. Independentemente deste drama humanitário e desta polémica sobre o que poderia ou não ter sido feito, esta tragédia mostra como são poderosas as redes de tráfico e como a União Europeia e os seus dirigentes se mostram impotentes para tratar deste grave problema humanitário.

1 comentário:

  1. Parece-me claro que falta vontade política para acabar com estas tragédias que ficarão, para sempre, como nódoas vergonhosas na nossa sociedade (que se diz civilizada).

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