A imprensa dos
países do sul da Europa deu hoje grande destaque ao naufrágio nas costas gregas
de um navio de pesca que saíra da Líbia e se dirigia para a Itália com
migrantes, de que terão resultado seis centenas de mortes. O jornal francês L’Humanité
foi um desses jornais e em título de primeira página escreveu que “eles
deixaram-nos morrer”, referindo que algumas ONG acusaram as autoridades e a
Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira, vulgarmente conhecida por
Frontex, por não terem providenciado socorros em tempo útil.
Nesta altura, há
poucas informações sobre o navio e os passageiros, bem como sobre o que
realmente se passou, mas as notícias referem que se tratou de mais uma operação
preparada por organizações criminosas que transportam migrantes para a Europa.
O navio tinha entre 25 a 30 metros de comprimento e transportava cerca de 750
passageiros, mas algumas notícias dizem que encalhou e outras dizem que se
afundou a 47 milhas das costas gregas. Uma fotografia captada por um helicóptero
da Frontex, que foi publicada em muitos jornais, mostra o convés do navio cheio
de gente, havendo relatos de que o interior do navio também estava cheio,
sabendo-se que é comum isolar e fechar esses passageiros para poderem ser
controlados durante a viagem. Naturalmente, nenhum passageiro dispunha de
coletes de salvação.
As autoridades
gregas afirmaram ter recuperado 79 corpos e resgatado cerca de uma centena de
pessoas, mas desconhece-se o paradeiro de cerca de seis centenas de pessoas. Independentemente
deste drama humanitário e desta polémica sobre o que poderia ou não ter sido
feito, esta tragédia mostra como são poderosas as redes de tráfico e como a
União Europeia e os seus dirigentes se mostram impotentes para tratar deste
grave problema humanitário.
Parece-me claro que falta vontade política para acabar com estas tragédias que ficarão, para sempre, como nódoas vergonhosas na nossa sociedade (que se diz civilizada).
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