Não é costume, mas falou e, numa “impassioned
and unprecedented intervention”, William Arthur Philip Louis, o Príncipe de
Gales que é o herdeiro do trono do Reino Unido e dos Reinos da Comunidade de
Nações, declarou que “morreu muita gente no conflito de Gaza” e que, “como
outros, eu quero o fim dos combates”. O jornal Daily Mail, bem como toda
a imprensa britânica, publicou com grande destaque as declarações do Príncipe
William que aqui saudamos vivamente.
No mesmo dia, no
Conselho de Segurança das Nações Unidas e pela terceira vez, os Estados Unidos vetaram
um projecto de resolução apresentado pela Argélia que exigia um cessar-fogo humanitário
imediato em Gaza, que recebera 13 votos a favor e a abstenção do Reino Unido.
É cada vez mais
difícil compreender o apoio americano a Benjamin Netanyahu e ao seu governo que
é uma “coligação de direita ultranacionalista”, considerada como “o mais
conservador governo da história de Israel”. Depois de mais de quatro meses de
conflito, os massacres do Hamas de 7 de outubro e a libertação de reféns
parecem, cada vez mais, ser apenas um pretexto dos radicais israelitas para
forçar os palestinianos de Gaza a abandonarem o seu território. Essa é a
verdadeira intenção israelita e a comunidade internacional, que inicialmente
compreendeu a musculada resposta de Israel, começa a ver que se foi longe
demais e a acreditar que se está perante um caso de genocídio.
Provavelmente, o
apoio dos Estados Unidos a Israel está relacionado com as eleições
presidenciais que se aproximam, mas criam um ambiente hostil aos americanos
naquela região que é demasiado preocupante para a paz mundial. Entretanto, a União Europeia
instalada em Bruxelas continua cega, surda e muda. Incapaz. Irresponsável.
Desumana. Sem respeito pelos seus valores fundamentais baseados nos princípios
da liberdade, democracia, igualdade e direitos humanos.
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