A França é um país muito instável do
ponto de vista político, como se verificou nas recentes eleições parlamentares.
Na 1ª volta, realizada no dia 30 de junho, o
Rassemblement National ou Frente Nacional, assumidamente de
extrema-direita, foi a força mais votada, o que deu origem a protestos,
confrontos e distúrbios, bem como a uma enorme mobilização das forças políticas
que a combatem. Na 2ª volta, realizada no dia 7 de julho, a situação
inverteu-se e a Nova Esquerda Popular, uma coligação de esquerda que reúne a França Insubmissa de Jean-Luc Mélenchon, com socialistas, ecologistas e comunistas, foi o grupo mais votado e
conseguiu eleger 182 deputados numas eleições que bateram recordes de afluência
às urnas. A coligação Ensemble, que
inclui o partido Renascença do Presidente Emmanuel Macron, apareceu em segundo
lugar, tendo conseguido eleger 168 deputados. Seguiu-se o Rassemblement National de Marine Le Pen e Jordan Bardella, que
passou de 88 para 143 deputados, o que sendo um crescimento significativo, foi
uma enorme decepção pois ficou aquém das perspectivas sugeridas na 1ª volta.
O
Parlamento francês ficou fragmentado ou tripartido e nenhum dos partidos ou
coligações vai poder assegurar os 289 lugares necessários para criar uma
maioria absoluta num Parlamento com 577 deputados. Emmanuel Macron está, por
isso, a passar por grandes dificuldades e o jornal Le Figaro, escolheu como
título de primeira página a frase “la coalition introuvable”, isto é, a
coligaçao que não se encontra. Dizem os especialistas que Macron teve uma
vitória eleitoral porque travou o avanço da extrema-direita, mas outros dizem
que sofreu uma grande derrota pois forçou a realização de eleições antecipadas
que levaram o país para uma situação que pode vir a tornar-se caótica. O facto é que ninguém sabe como se vai sair deste imbróglio.
O sonho
que Macron alimenta, desde há muito tempo, de se tornar uma figura de
referência na Europa, sofreu mais um duro revés.
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