Foram ontem
anunciadas, com muita pompa e circunstância, algumas medidas de apoio ao
investimento, o que significa um apoio à dinamização da economia, ao
crescimento do produto e à criação de emprego. Não se falou em austeridade, nem
em consolidação orçamental e isso pode significar o início da correcção de um rumo,
porque pela primeira vez, a lógica económica parece ter-se sobreposto à lógica
contabilística. As medidas anunciadas são positivas, embora seja de lamentar
que só agora tenham sido tomadas e que não tenha sido reconhecido que foi a
teimosia governamental que esqueceu durante demasiado tempo o apoio ao
investimento, o que muito contribuiu para a calamidade social que é o
desemprego.
Ninguém pode
desejar outra coisa que não seja o sucesso das medidas anunciadas e bom seria
que no fim de 2013 pudéssemos celebrar uma retoma sustentada da economia e do
emprego. Porém, as opções de investimento exigem tempo de ponderação e resultam
das condições do mercado, da procura esperada e da confiança dos agentes económicos.
Ora, o tipo de estímulos agora anunciados pode ajudar, mas não dá garantias de
produzir efeitos. Daí que já se tivessem levantado algumas vozes a rotular
estas medidas de propaganda e, de facto, Gaspar repetiu várias vezes, exactamente
como acontece com a mensagem publicitária, que “chegou o momento do
investimento”. Além disso, adoptou uma lógica de supermercado, ao designar as
medidas anunciadas como “supercrédito fiscal”, a fazer lembrar as promoções do Continente
ou do Pingo Doce, com o “pague um e leve dois”, ou o “invista agora e poupe no
IRC”. Assim, em vez da campanha do “compre já”, estamos na campanha do “invista
já”. Veremos no que dá.
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