A generalidade dos meios de comunicação de massa, pelos menos aqueles que nós entendemos, têm conduzido nas últimas semanas uma campanha a favor de um ataque limitado à Síria para punir o regime de Bashar el-Assad, pelo massacre com armas químicas acontecido no dia 21 de Agosto. Ainda não está demonstrado quem usou essas armas, mas sabemos como ultimamente se têm manipulado situações deste tipo para justificar intervenções militares.
Os Estados Unidos estão impacientes para intervir, pois precisam de continuar a mostrar ao mundo a sua musculatura e, sobretudo, precisam de alimentar a sua indústria de guerra e em especial a General Dynamics, a empresa que produz os Tomahawk, mas já mostraram que não conhecem a região nem os seus contextos. Os deputados britânicos recusaram a intervenção na Síria. A França quer vender armamento. A União Europeia defende uma solução política. As Nações Unidas querem uma cimeira da paz. A Rússia, a China e o Irão estão ao lado do regime sírio. Depois do que se passou no Iraque e na Líbia, ninguém acredita que uma intervenção militar seja uma solução. As opiniões públicas não querem mais estas guerras. É tão só lançar gasolina na fogueira.
A capa da edição de ontem do diário madrileno La Gaceta é, do nosso ponto de vista, muito elucidativa do que se passa: cuidado com los rebeldes sírios.
A oposição ao regime de Bashar el-Assad agregou-se inicialmente na Coligação Nacional Síria, mas rapidamente criou tensões entre os que estão dentro e fora do país. Desagregou-se e tornou-se um cocktail de grupos extremistas, com combatentes vindos de todo o mundo, muitos deles “franchisados” pela Al-Qaeda. São lobos disfarçados de cordeiros. É uma jihad. Assim, é realmente necessário muito cuidado, até porque durante dois anos os grandes líderes ocidentais não perceberam o que se estava a passar.
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