O Prémio
Internacional Carlos Magno ou Internationaler Karlspreis é
atribuido anualmente pela cidade de Aachen, na Alemanha, para distinguir
personalidades que se tenham destacado pelo seu contributo para a unidade e
coesão da Europa. Este ano o prémio foi atribuído ao presidente francês
Emmanuel Macron e deu origem a importantes declarações, quer da chanceler alemã
que esteve presente na cerimónia, quer do premiado.
Os jornais
internacionais de referência, como o El País, destacaram as declarações
produzidas que condenaram vivamente a retirada de Donald Trump do acordo
nuclear com o Irão e que, dessa forma, faz aumentar a tensão no Médio Oriente e
o risco de sérios confrontos entre Israel e o Irão, como já se começou a
verificar.
Disse Angela
Merkel que “há conflitos às portas da Europa e o tempo em que podíamos confiar
nos Estados Unidos acabou”, enquanto Emmanuel Macron confirmou a mesma ideia e
disse que “algumas potências decidiram quebrar a sua palavra” e “não podemos
deixar que outros decidam por nós”.
Desde que Trump
assumiu a presidência, os Estados Unidos têm dado fortes contributos para a
destabilização mundial com a declaração de que a NATO era obsoleta, com a
teimosia da construção de um muro na fronteira com o México, com a saída do
acordo de Paris, com as suas ameaças comerciais proteccionistas e outras
arrogâncias de semelhante gravidade. Os líderes europeus parece que só agora
chegaram à conclusão de que o paradigma atlântico que prevaleceu desde a 2ª Guerra
Mundial e que unia estrategicamente a Europa e os Estados Unidos, já não
funciona na actualidade. Afinal, as sucessivas visitas de Macron, de Merkel e de
outros líderes aos Estados Unidos, apenas serviram para verificar aquilo que já
se sabia, isto é, que o Donald é um irresponsável em que não se pode confiar.
A Europa de repente percebeu que é um vassalo total dos EUA. Os seus embaixadores na Europa já advertem e ameaçam as empresas europeias sem algum vestígio de diplomacia. A União Europeia, efectivamente reduzida à insignificância durante anos de políticas desastrosas e de seguidismo às guerras americanas pelo Mundo, vê-se assim impotente para tomar medidas contrárias no imediato. Talvez isto possa ser um ponto de mudança, mas até haver a coragem para tomar decisões sobre a soberania do Bloco, gigantes europeias como a Total e a Maersk Line, por exemplo, fazem contas e preferem retirar as suas operações e investimentos no Irão, em vez de as perder nos EUA.
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