A EDP – Energias de
Portugal é uma grande empresa do sector energético com actividade ao nível da produção,
distribuição e comercialização de electricidade, e comercialização de gás que nasceu em 1976 como resultado da fusão de 14 sociedades
exploradoras do serviço público de produção, transporte e distribuição de
energia eléctrica que tinham sido nacionalizadas no dia 15 de Abril de 1975.
A empresa
cresceu, diversificou actividades e em 1996 iniciou um processo de
internacionalização que teve como contrapartida a privatização de uma parte do
seu capital, numa altura em que as privatizações estavam na moda. Foram então
alienados 30% do capital da empresa numa operação em que a procura superou a oferta
em mais de trinta vezes e que foi considerada como um sucesso do chamado
capitalismo popular, pois cerca de 800 mil portugueses tornaram-se accionistas
da EDP. Depois, sucedeu-se a privatização de outras fatias do capital social,
embora se mantivesse o controlo do Estado até que, em 2011, os direitos
especiais do Estado ou golden share foram eliminados por imposição da troika que por aí andou.
Nessa altura, uma
empresa estatal chinesa - China Three Gorges
Corporation - assegurou a maioria do capital da sociedade, na qual cerca
de 40% são controlados por estados ou capitais estrangeiros, designadamente dos
Estados Unidos, de Espanha, Holanda, Argélia, Qatar, Abu Dhabi e Noruega.
A
EDP é um nó na garganta para muitos portugueses que não compreendem como é possível que a
maior empresa portuguesa possa estar nas mãos e servir interesses do capital
estrangeiro, gerando enormes lucros para os seus accionistas chineses,
americanos, espanhóis e outros.
Agora
apareceu um outro grupo chinês a querer comprar toda a EDP e fez uma (quase) irrecusável
Oferta Pública de Aquisição (OPA) de 7.700 milhões de euros, que não é mais do que uma verdadeira aposta estratégica da China na
"conquista" da Europa e não no desenvolvimento do nosso pequeno Portugal do Mexia, do Catroga e dos amigos que
estão com eles nos cadeirões da EDP.
O curioso é que esta OPA é mais noticiada em Espanha, sobretudo
nos jornais das Astúrias onde a EDP tem interesses, do que no nosso Portugal.
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