As imagens das
cerimónias fúnebres de Afonso Dhlakama realizadas na cidade da Beira são, ao
mesmo tempo, um sinal de profunda consternação pela morte de um combatente, mas
são também uma afirmação de sentimentos democráticos e, ainda, de respeito por
um adversário político. Moçambique está de luto porque em democracia, governo e
oposição são as duas faces da mesma moeda.
O desaparecimento
de Dhlakama é uma grande perda para Moçambique, porque se tratava de um homem empenhado
na paz e na democracia, que soube lutar com coerência pelos seus ideais e que
por eles preferiu o desconforto da serra da Gorongosa, ao conforto dos salões ou
das avenidas ajardinadas de Maputo.
O governo
moçambicano homenageou o seu maior adversário político com merecidas honras de
Estado e o discurso do presidente Filipe Nyusi soube enaltecer o homem com quem
discutiu a paz e a reconciliação nacional, mas o que mais se salientou nas cerimónias fúnebres terá
sido a grande manifestação popular que uniu milhares de moçambicanos neste
triste acontecimento.
O jornal O
País destacou na sua primeira página essa multidão que disse adeus a
Afonso Dhlakama. Agora cumpre aos seus sucessores e aos dirigentes da Frelimo
continuar o seu trabalho por uma paz duradoura, pela coesão nacional e pelo
progresso económico e social, honrando a memória e os contributos do presidente
da Renamo.
Viva Moçambique!
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