A propósito da
celebração dos 450 anos da publicação d’Os
Lusíadas, decorre amanhã um congresso internacional em que participam
especialistas de várias partes do mundo, incluindo o território de Macau, como
se pode observar na notícia da primeira página da edição de hoje do jornal Tribuna
de Macau, que publica a fotografia do busto de Camões que se encontra
na chamada gruta de Camões, existente no Jardim Luís de Camões em Macau.
Este jardim é um
dos mais aprazíveis locais da cidade, com um luxuriante verde orlado de
frondoso arvoredo e carreiros sinuosos, havendo formações rochosas e algumas
peças escultóricas disseminadas pelo seu espaço. Numa das formações rochosas a
que uma escadaria dá acesso, encontra-se a gruta de Camões, um importante
elemento da memória e da cultura macaense de raiz portuguesa. Porém, a relação
do poeta com Macau é um assunto com mais dúvidas do que certezas, porque não se
conhecem documentos que esclareçam a verdade histórica, daí resultando muita imaginação
e muita especulação, embora ao longo dos anos tenha prevalecido a ideia de que
Camões terá vivido em Macau e terá escrito uma parte da sua obra exactamente
nesta gruta.
Neste congresso
haverá um discurso do sultão Hidayatullah Sjah, o rei de Ternate (que no século
XVI foi a “capital portuguesa” das Molucas), estando asseguradas comunicações
por académicos indonésios, macaenses, iranianos, turcos, goeses e especialistas
de outras origens, que reconhecem na expansão marítima portuguesa um movimento
pioneiro na globalização e no encontro de culturas.
O que é realmente curioso é
o facto de um jornal macaense escolher a fotografia do busto de Camões para
ilustrar a primeira página da sua edição.
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