O governo brasileiro
anunciou ontem a escolha dos
aviões Gripen NG da fabricante sueca
Saab, para equipar e modernizar a Força Aérea Brasileira (FAB), encerrando um
processo que foi lançado em 2001 pelo governo de Fernando Henrique Cardoso. O
negócio foi fechado por 4,5 mil milhões de dólares (3,26 mil milhões de euros)
e representa a aquisição de 36 unidades que deverão começar a ser entregues em 2018. O
desenvolvimento do novo modelo - hoje existe apenas um protótipo do Gripen NG - será feito em conjunto com a
FAB e com a Embraer, devendo contar ainda com a participação de outras indústrias
brasileiras, o que se traduzirá num projecto de tecnologiza partilhada. A
Presidente Dilma Roussef sublinhou que embora o Brasil seja um país pacífico, não
ficará indefeso, “pois um país com as suas dimensões deve estar sempre pronto a
proteger cidadãos, património e soberania".
Para a aquisição dos caças, o
governo brasileiro abriu um concurso que contou com a participação dos
franceses da Dassault (modelo Rafale),
dos americanos da Boeing (modelo F-18)
e dos suecos da Saab (modelo Gripen NG).
Os jornais brasileiros destacaram esta notícia, mas alguns jornais franceses
como o diário económico La Tribune, também o fizeram para assinalar “o roubo” que os
suecos da Saab fizeram aos franceses da Dassault, apesar das habituais pressões
presidenciais francesas. Este negócio mostra bem como dois Estados-membros da
União Europeia procuram apoiar as suas indústrias, disputando influências e
mercados numa verdadeira guerra comercial, que mostra como o espírito
nacionalista prevalece sobre o espírito federalista europeu.
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