quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

O Brasil escolhe aviões suecos

O governo brasileiro anunciou ontem a escolha dos aviões Gripen NG da fabricante sueca Saab, para equipar e modernizar a Força Aérea Brasileira (FAB), encerrando um processo que foi lançado em 2001 pelo governo de Fernando Henrique Cardoso. O negócio foi fechado por 4,5 mil milhões de dólares (3,26 mil milhões de euros) e representa a aquisição de 36 unidades que deverão começar a ser entregues em 2018. O desenvolvimento do novo modelo - hoje existe apenas um protótipo do Gripen NG - será feito em conjunto com a FAB e com a Embraer, devendo contar ainda com a participação de outras indústrias brasileiras, o que se traduzirá num projecto de tecnologiza partilhada. A Presidente Dilma Roussef sublinhou que embora o Brasil seja um país pacífico, não ficará indefeso, “pois um país com as suas dimensões deve estar sempre pronto a proteger cidadãos, património e soberania".
Para a aquisição dos caças, o governo brasileiro abriu um concurso que contou com a participação dos franceses da Dassault (modelo Rafale), dos americanos da Boeing (modelo F-18) e dos suecos da Saab (modelo Gripen NG). Os jornais brasileiros destacaram esta notícia, mas alguns jornais franceses como o diário económico La Tribune, também o fizeram para assinalar “o roubo” que os suecos da Saab fizeram aos franceses da Dassault, apesar das habituais pressões presidenciais francesas. Este negócio mostra bem como dois Estados-membros da União Europeia procuram apoiar as suas indústrias, disputando influências e mercados numa verdadeira guerra comercial, que mostra como o espírito nacionalista prevalece sobre o espírito federalista europeu.

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