A última edição da revista Sábado inclui uma reportagem assinada por três jornalistas que se intitula «Como as empresas públicas engordaram nos últimos anos», na qual se salienta que, « mesmo em tempo de crise, cresceram os administradores, cresceram os salários e cresceram as despesas ».
A leitura desse trabalho jornalístico revela como aquele universo de 93 empresas, de diferente dimensão e natureza, está quase todo afogado em dívidas, para além de estar preocupantemente dominado por despesismos, desperdícios e vícios de ordem diversa.
As empresas públicas poderiam ser uma alavanca para potenciar o crescimento da economia, mas muitas delas acabam por ser um fardo para a comunidade.
A má gestão da maioria dessas empresas é uma evidência. Embora os problemas estejam diagnosticados desde há muito tempo, não tem havido coragem para enfrentar a realidade e agir. Algumas excepções que nos últimos anos se verificaram, apenas confirmam a regra. No entanto, a esses gestores inconsequentes e incapazes de inovar e de encontrar soluções, além de ganharem mais do que os ministros que os tutelam, não têm faltado as regalias, nem os prémios.
Os exemplos de despesismos apresentados na referida reportagem são para todos os gostos : na RTP há 66 carros de alta cilindrada atribuídos, enquanto a dívida das Estradas de Portugal cresceu 1.400% em dezoito meses. Mas, em vez de rebuscarmos exemplos, será preferível que o leitor leia a reportagem da revista Sábado.
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