A
Língua Portuguesa celebrou ontem o seu 800º aniversário com algumas iniciativas
realizadas em Lisboa, entre as quais a apresentação do Manifesto 2014 - 800
anos da Língua Portuguesa, assinado por alguns governantes e políticos, mas
também por músicos, escritores, professores e jornalistas dos países onde se
fala português. Nesse manifesto, os seus subscritores afirmam querer festejar
nesse dia “esses oito séculos da nossa língua, a
língua do mar, a língua da gente, uma grande língua da globalização” e que “na era da globalização, falar
português, uma das grandes línguas globais do planeta, que partilha e põe em
comum culturas da Europa, das Américas, de África e da Ásia e Oceânia, com
centenas de milhões de falantes em todos os continentes, é um imenso património
e um poderoso veículo de união e progresso”.
Esta
precisão de calendário a definir o dia do nascimento da Língua Portuguesa é
meramente simbólica e está relacionada com o facto do primeiro documento
oficial escrito em português – o testamento de D. Afonso II – ser datado de 27
de Junho de 1214. Decorridos oitocentos anos, a Língua Portuguesa atravessa actualmente
uma fase de afirmação, expansão e internacionalização e, de acordo com o
Instituto Camões, é falada por 244 milhões de pessoas, para além de ser a sexta
língua mais falada do mundo, a quinta língua mais usada na Internet e a
terceira mais utilizada nas redes sociais Facebook
e Twitter.
O semanário Expresso
das Ilhas que se publica na cidade da Praia, foi um dos poucos jornais
que tratou este assunto e destacou esta efeméride na sua primeira página com
uma citação de Amílcar Cabral, o pai das independências da Guiné-Bissau e
Cabo Verde, para quem a educação era uma garantia do sucesso da própria luta de
libertação nacional: “A língua portuguesa é uma das
melhores coisas que os portugueses nos deixaram”.
E há tantos a querer estragá-la com (pseudo)acordos ortográficos subservientes e patetas!
ResponderEliminar