Era
uma vez em Goa, o romance publicado em Fevereiro de
2015 por Paulo Varela Gomes e editado pelas Edições Tinta da China, ganhou o
Grande Prémio de Romance e Novela de 2015 atribuido pela
Associação Portuguesa de Escritores (APE), em parceria com a Direcção-Geral do
Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas. O prémio foi criado em 1982 e, nesta sua
34ª edição a que concorreram 104 obras, o júri de cinco membros deliberou a atribuição do prémio por
unanimidade.
Paulo
Varela Gomes faleceu no dia 30 de Abril de 2016 e não teve a satisfação de ver
a sua obra premiada com tão importante galardão, antes atribuído a figuras de grande relevo na literatura portuguesa como
José Cardoso Pires, Agustina Bessa-Luís, Mário Cláudio, António Lobo Antunes,
David Mourão-Ferreira, João de Melo, José Saramago, Lídia Jorge e Vasco Graça
Moura, entre outros escritores.
Na memória dos seus amigos, nos quais me encontro, não fica apenas a recordação de um historiador e de um crítico de arte, nem a lembrança da sua inteligência, do seu inconformismo e da sua qualidade intelectual e académica, mas também a fulgurante prosa de um grande escritor.
Era
uma vez em Goa é um livro irresistível devido ao
engenho e ao talento do autor, cuja liberdade narrativa é muito viva no
tratamento da herança cultural portuguesa em Goa, com a sua perspicácia e a sua observação bem humorada a atrair o leitor que se sente a percorrer aquele território, devido às abundantes referências às suas paisagens, às suas artes e ao seu património
cultural.
O Grande
Prémio de Romance e Novela de 2015 foi entregue ontem na Fundação Calouste
Gulbenkian à sua mulher Patrícia pelo Ministro da Cultura, por acaso amigo de
longa data de Paulo Varela Gomes. Aos leitores deste meu texto deixo apenas uma
recomendação: leiam Era uma vez em Goa.
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