sexta-feira, 18 de outubro de 2019

O mau tempo ainda não chegou ao canal

Quando o rescaldo das eleições legislativas continua a ocupar o noticiário nacional, com a formação do novo governo e as peripécias que vão acontecendo nos partidos derrotados em torno das candidaturas à sua liderança, e quando o noticiário internacional é dominado pelas violentas manifestações na Catalunha, pelas invasão turca dos territórios do Curdistão sírio, pelo impeachment de Trump ou pelo anunciado acordo relativo ao Brexit, o mais recomendável é descansar a vista e o pensamento. Está muita coisa a acontecer em Portugal e no mundo e nem sempre é fácil perceber a complexidade crescente do mundo moderno, em que o progresso material e a felicidade dos povos andam desalinhados.
Os Açores são, provavelmente, um dos melhores remédios para reflectir e para ajudar a perceber o novelo em que tudo isto anda enrolado, sobretudo quando se tem a sorte de desfrutar de paisagens marítimas inspiradoras de harmonia, de tranquilidade e de reforço da confiança. O canal do Faial que separa as ilhas do Faial e do Pico e que é o cenário central do Mau tempo no Canal, o celebrado romance de Vitorino Nemésio, é um desses locais que entusiasma pela sua beleza natural e pela excelência do seu enquadramento paisagístico. No caso daqueles que gostam de fotografia, a observação do canal desde a ilha do Pico constitui  um cenário singular, com os ilhéus vulcânicos da Madalena em primeiro plano e com a cidade da Horta e a ilha do Faial no segundo plano, mas sempre com o mar presente nas suas múltiplas e variadas apresentações.
Embora estejamos no princípio do Outono, o mau tempo no canal ainda não chegou mas a espectacularidade da ondulação e das vagas já são uma realidade e uma atracção para quem gosta de fotografia.

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