Quando o rescaldo
das eleições legislativas continua a ocupar o noticiário nacional, com a formação do novo governo e as peripécias
que vão acontecendo nos partidos derrotados em torno das candidaturas à sua
liderança, e quando o noticiário
internacional é dominado pelas violentas manifestações na Catalunha, pelas
invasão turca dos territórios do Curdistão sírio, pelo impeachment de Trump ou pelo anunciado acordo relativo ao Brexit, o
mais recomendável é descansar a vista e o pensamento. Está muita coisa
a acontecer em Portugal e no mundo e nem sempre é fácil perceber a complexidade
crescente do mundo moderno, em que o progresso material e a felicidade dos
povos andam desalinhados.
Os Açores são,
provavelmente, um dos melhores remédios para reflectir e para ajudar a perceber
o novelo em que tudo isto anda enrolado, sobretudo quando se tem a sorte de
desfrutar de paisagens marítimas inspiradoras de harmonia, de tranquilidade e
de reforço da confiança. O canal do Faial que separa as ilhas do Faial e do Pico e que é o
cenário central do Mau tempo no Canal,
o celebrado romance de Vitorino Nemésio, é um desses locais que entusiasma pela sua beleza natural e pela excelência do seu enquadramento paisagístico. No caso daqueles que gostam de fotografia, a observação do canal desde a ilha do
Pico constitui um cenário singular, com os ilhéus vulcânicos da Madalena em primeiro plano e com a
cidade da Horta e a ilha do Faial no segundo plano, mas sempre com o mar
presente nas suas múltiplas e variadas apresentações.
Embora estejamos
no princípio do Outono, o mau tempo no canal ainda não chegou mas a espectacularidade
da ondulação e das vagas já são uma realidade e uma atracção para quem gosta de
fotografia.
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