O futebol é um dos
fenómenos culturais mais importantes nas sociedades modernas, pois atrai o
interesse geral e alimenta uma imprensa desportiva que trata de esmiuçar tudo o
que diz respeito ao jogo e, em especial, em relação aos jogadores, aos técnicos,
às claques e a todo o fait divers
dessa actividade que, ao mesmo tempo, é um desporto, um espectáculo e um negócio.
A imprensa
desportiva dá uma enorme importância às estatísticas, sobretudo às estatísticas
do golo, que é o momento central do futebol. Os jogadores que marcam os golos,
conhecidos como artilheiros ou pontas de lança, tornam-se as figuras principais
do espectáculo e as estatísticas tratam de nos dizer quem marcou mais golos com
o pé esquerdo ou com o pé direito, de cabeça ou de livre directo. Os outros
jogadores parecem ter pouca importância, a não ser o guarda-redes quando
defende um penalti ou quando dá um frango.
Neste quadro, há
estatísticas para todos os gostos. Porém, segundo nos revelam hoje as
estatísticas do diário espanhol Marca, os dois golos que Cristiano
Ronaldo ontem marcou em Milão à equipa do Inter na primeira mão da Taça de
Itália, tornaram-no o maior goleador da história do futebol, tendo ultrapassado
o checo Josef Bican e o famoso Pelé, que partilhavam o topo desta lista com 762
golos. O jornal espanhol descrimina os golos de Cristiano Ronaldo: 102 com a
selecção nacional, cinco com o Sporting, 118 com o Manchester United, 451 com o
Real Madrid e 87 com a Juventus. Nenhum jornal português, desportivo ou generalista, falou desta performance de Cristiano Ronaldo, mas não há dúvidas ele é o mais importante português da actualidade e que a sua
notoriedade e prestígio internacionais não deixam espaço para mais ninguém.
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