A ilha de Jersey
tem uma área de 116 km2 e fica situada no canal da Mancha a cerca de
22 km da costa da Normandia francesa e a cerca de 160 km da costa sul da
Inglaterra. Segundo o último censo, a ilha tem quase cem mil habitantes, sendo
que metade dos quais nasceram foram da ilha, verificando-se que cerca de 8,2%
da sua população nasceu em Portugal, o que faz dos portugueses a maior
comunidade estrangeira da ilha.
Por vicissitudes
históricas, a ilha não pertence à França, nem faz parte do Reino Unido, mas é
uma dependência da coroa britânica.
Acontece que,
ainda na sequência do Brexit, estão a surgir problemas na ilha por causa da
pesca na sua área marítima. Os pescadores franceses sempre pescaram nas áreas
de Jersey e de Guernsey, as chamadas “ilhas do canal”, tendo os seus direitos
históricos ficado assegurados nos acordos do Brexit que, expressamente, garantiram
que as embarcações de pesca dos países da União Europeia podem entrar nas suas
águas, embora agora careçam de uma licença. As autoridades de Jersey parecem
querer ter um maior controlo sobre os seus recursos de pesca e os pescadores
franceses queixam-se que lhes estão a levantar uma longa lista de restrições para
desincentivar a pesca nas suas águas. Assim, porque sentem os seus direitos
ameaçados, cerca de oitenta embarcações francesas decidiram bloquear St.
Helier, o principal porto da ilha, tendo do seu lado a ameaça de poder ser
cortado o fornecimento de electricidade à ilha, que é fornecida a partir de
França por três cabos submarinos. Nestas circunstâncias, Boris Johnson decidiu
mandar sair de Portsmouth o HMS Severn e
o HMS Tamar para monitorar a situação
que, apesar da sua simplicidade, foi destacada na edição de hoje do The
Times.
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